quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Meu peito não para de doer

Sabe o que me mata?
Cinco minutos antes ele tava ronronando na minha mão.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Brownie com cookies

Estou frustrada em nível apocalíptico.
Eu não consigo falar as coisas que estão presas na minha garganta, não consigo fazer nada a respeito disso, as coisas estão atingindo tudo que nem um trem-bala e ninguém se importa em fazer as coisas de um jeito diferente. E ninguém dentro de casa se importa com o rumo que tudo isso tá tomando.
É isso.

sexta-feira, 24 de junho de 2016


Café gelado, vaporwave e vênus a 2,90.

Tava chovendo muito, e cada vez chovia mais. A rua era barro puro e o barro escorria junto com pedra, junto com mato, com tralha, com resto e água demais, e machucava as pernas, os braços os joelhos andar rápido daquele jeito num frio daquele e toda ensopada, com a roupa toda grudada no corpo e o cabelo na cara entrando no olho, na boca com o gosto de cinzeiro ficando cada vez mais amargo ali, descendo a rua pra que? Descia rápido junto com o barro e a água, mesmo com tudo doendo e cada vez mais, cada vez mais ainda. No fim da rua só uma luz e ninguém. O vento batendo, cortando, machucando muito, deixando mais gelado que só a chuva que tava antes, e que nem chicote o cabelo já tava. Mas cada vez mais. E mais, mais, mais.
Nada.

Parece o prelúdio do inferno mas são só as ultimas semanas de Junho. O inferno astral de todos que amo socando a minha porta.
Saudade do sossego, do acaso, das gargalhadas e de deitar na cama e fechar os olhos.
Logo logo.

sábado, 28 de maio de 2016

Do pó ao pó.

Eu sempre canso de tomar porrada na cara, mas eu nunca canso de revidar. Pra mim é muito importante deixar claro que eu tô ali ainda e que a minha vontade de parar de apanhar é maior do que vontade de bater da pessoa que tá me espancando. Mas especialmente hoje acho que joguei a toalha. Não sei o que deu na minha cabeça, mas acho que das minhas costas eu larguei um fardo. Acho que pode ser muito ruim para o meu orgulho, mas sei que é o melhor. É bom quando precisamos admitir que estamos errados, mesmo quando o errado seja uma concepção muito relativa, ou mesmo quando a gente não tá tão errado assim.
Sinceramente nunca vou saber por qual motivo as pessoas batem, não sei se é pra que a gente possa aprender alguma coisa, não sei se é pra que a gente mude o nosso ponto de vista, mas o que acontece agora é que a realização do que eu precisava descobrir aconteceu. E eu não vou revidar mais pq dentro de mim eu sei que tenho alguma razão. Ou a minha razão. Se alguem me bater pra me ensinar algo, eu vou aprender. E vou apanhar sorrindo.

Old Jayna back in the game.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Inferno astral so far on the road:

*toca carry on my wayward son e tudo aparece dramaticamente num telão *

• Duas pessoas a mais na lista de gente que prefiro não encontrar em lugar nenhum;
• Uma sinusite que não passa;
• Ausência de vontade até pra fumar
• Uma pessoa anônima em casa escrota o bastante pra soltar o meu esquilo;
• Uma nota péssima numa matéria que eu deveria ir muito bem por me sentir confiante (mas agora me sinto um fiasco e novamente com pensamentos de largar a faculdade em mente);
• Duas pessoas a mais na minha lista de preocupação extra;
• Muita briga desnecessária dentro de casa e a minha irmã longe de mim;
• Muita pressão em cima de mim criada por mim mesma;
• Muita expectativa criada por mim mesma e por outras pessoas (+ uma noção de que estou chegando a lugar nenhum assim);
• 0 Estágio, tanto da faculdade quanto da Tanato;

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

You don't listen to her, you don't care how it hurts

If someone said: "Three years from now You'd be long gone." 
I'd stand up and punch them out
'Cause they're all wrong
I know better
'Cause you said "forever and ever"


Who knew?


Pesadelos e cada vez mais pesadelos.
Which means que eu tô vulnerável for real e eu preciso levantar as muralhas outra vez.

"O amor acaba", disse Paulo Mendes Campos, em sua crônica mais bonita; só não disse o que fica no lugar. A Gabi postou isso ontem e eu passei o dia inteiro pensando sobre. Não consegui tirar isso da cabeça em momento nenhum e eu acho que isso tá dando uma puta interferencia mesmo na minha vida. O pensamento que antes tava nublado clareou e eu realmente não sei se consigo conviver com isso.
Mas sabe o que me mata? Me mata visceralmente ter que destruir todas as lembranças, memórias boas e ruins de uma pessoa que você ama demais do fundo do seu coração. Eu não consigo. É too much, é pesado, você tenta substituir e não funciona, você tenta fingir que não tem nada naquele buraco, já que não deveria ter nada mesmo, mas tem, e incomoda e puta que pariu. Que falta que faz, que saudade que eu tenho. Eu só queria que você não fosse assim, que você fosse uma pessoa diferente, que você pudesse me amar do jeito que eu te amo, mas não pode. Não acontece. E eu vou sentir saudade pra sempre dos dias que passamos juntas, das coisas, do gosto, de tudo que a gente compartilhou de bom e de melhor. Eu vou sentir saudade de ter o coração quentinho nesses momentos de família que tivemos.Você foi a melhor tia que uma pessoa poderia ter, e não deixa de ser minha tia, mas esse amor que eu sinto por você vai ficar pra sempre manchado pelas escolhas que você fez, pelo caminho que você decidiu seguir. Eu acho que amar é sobre dar valor, sobre reciprocidade, compreensão, companheirismo, compromisso, e você conseguiu cagar tudo por não poder respeitar uma escolha que eu fiz e deixar uma terceira pessoa interferir. Coisa que eu jamais faria, eu jamais trairia você assim. Muito pelo contrário, eu sempre botei a minha mão no fogo por você, e sempre tomei o seu lado mesmo nos momentos em que tomar o seu lado feria tudo em que eu acredito. Mas não, isso não vai acontecer outra vez. Você não vai deixar de fazer parte de mim e nem da minha família, mas o tratamento a partir de agora será completamente diferente. Agora eu escolho o meu lado, escolho ter o meu próprio lado. Escolho não pensar em você antes de pensar em mim mesma.


It's a little too late for you to come back 
Say its just a mistake 
Think I'd forgive you like that 
If you thought I would wait for you 
You thought wrong

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Remember why you came and while you're alive

A barra pesa nos dias mais engraçados de pesar. Acho que pode fazer parte da moral de continuar existindo haha.
Hoje eu acordei com o melhor humor que eu poderia acordar nesses ultimos dias de estresse constante. E eu acho que não consegui expressar ainda a infinita chernobyl, a little boy e a fat man que tão aqui dentro, né? Por motivos aleatória de revolta interna, embriaguez e um reinado completo de whatever, minha tia e eu nos desentendemos. Ela queria esculhambar uma pessoa que não estava ali para se defender e eu tomei as dores. Ponto um. Dias depois minha tia me ligou para resolver outro mal entendido até ser interrompida por esta minha outra tia, sua esposa, inicialmente bem. Seguindo para moderadamente estressada. Por fim em urros de rasgar a garganta. O motivo? Sinceramente eu não sei. Eu não prestei atenção em metade das coisas que ela disse, mas a maior parte do que eu ouvi teve intenção de me ofender. Quando tentei interromper fui chamada de sonsa, cínica, e foi-me dito que ninguem cairia mais na minha "lábia". É uma parte que não conseguid eixar de ignorar por não ser mais do que um absurdo cavalar. Pois quem me conhece sabe muito bem meu modus operandi com qualquer coisa na vida. Eu não sei ser cínica. Eu não sou sonsa. Eu não debocho quando se trata de um assunto sério, principalmente quando sou tomada de surpresa. Eu não finjo que sou algo que não sou. Sou exatamente aquilo que as pessoas podem observar, eu sou um livro aberto, coisa que eu faço questão de deixar clara a todos, o que é diferente de esfregar a minha vida aberta em todas as sarjetas do mundo. Se alguem toma meu jeito por ser sonsa, eu só posso oferecer meu sinto muito. Eu sou lenta, não acompanho raciocínios rápidos, não acompanho quase nada, tive um histórico sofridinho de remédios controlados a florais pra resolver esse assunto que nada mais é do que a minha personalidade. E pra encerrar esse capítulo, a cereja do topo, minha tia tomando o telefone da outra aos urros pra dizer que ela não estava errada. E me aconselhando. A criar meu filho direito. Dizendo que a criação da minha mãe não funcionou. Por ela ter criado um ser humano de merda. Um ser humano de merda. UM SER HUMANO DE MERDA. Para o meu dia seguinte nascer iluminado, acordei com uma mensagem dessa tia urrante pedindo perdão por ter gritado, mas REAFIRMANDO que a opinião dela sobre mim permanecia a mesmo. No dia seguinte, uma postagem da minha tia dizendo que me amaria para sempre. Vários comentários em várias postagens. Várias curtidas em várias postagens. No dia seguinte, me marcou em duas músicas. Espumas Ao Vento e The Winner Takes It All. Hoje não observei nada de diferente, eu acho. Mas vamos nos lembrar que essa foi a tia que eu perdoei por ter tornado duas semanas de viagem em um outro país um inferno. Essa foi a tia que eu perdoei por tantas vezes ter me dito tantas coisas cruéis. Essa foi a tia que sempre pude observar o tratamento diferente entre os sobrinhos dela e os sobrinhos da outra. Essa foi a tia que achou bem bonito comentar que talvez eu estivesse inventando que fui estuprada. Essa foi a tia que tanto amei, que eu amei cegamente, que eu escolhi estar neutra entre ela e minha mãe durante a briga delas duas, apesar de ela estar absurdamente errada. E é a mesma tia que escolhi segregar. Não por ela ter feito algo comigo diretamente, mas por permitir que uma pessoa que não faz parte da minha família me fizesse sentir tão mal, confirmar e reafirmar que essa pessoa que foi tão maldosa comigo estava certa em fazer isso. Essa tia que sempre me disse que eu não sabia viver. O inferno astral tem um jeito engraçado de aparecer. Todo ano. Mas felizmente esse ano eu tenho olhos pra enxergar que o problema não tá em mim, e sim nas pessoas em volta, nas pessoas que eu menos espero que possam me dar uma facada nas costas hahahha. Acho que hoje eu não ligo, hoje eu estou feliz. Hoje, depois de tantos dias (nove, pelo que me consta), eu estou muito feliz por ter acordado assim. O que me mata aos pouquinhos é a minha mãe caindo e caindo em queda livre e todo mundo stepping away. E o problema dela é tão complicado e tão simples de se resolver e tudo o que ela precisa é de alguem pra segurar ela pela mão e ajudar. Mas adivinha quem ela não quer arrastar para o inferno pessoal dela apesar de essa pessoa ter se oferecido tantas vezes? Bom, o jeito que eu consigo encontrar pra me infiltrar nessa situação é pular nas costas dela e grudar feito um coala e só sair dali quando ela estiver livre. Livre, feliz e sossegada.
Qual é a grande dificuldade do ser humano pra se subir o degrau do altruísmo só um pouquinho? Custa nada, não vai matar ninguém, muito pelo contrário.
Mas essa barra tá pesando. Ela tá pesando mas eu vou levando sorrindo. Os dias vão e os dias vem e o que é necessário fica, enquanto o que não encaixa, foge. Esse ciclo começou bem, machucando ao desentortar pra não sumir o sabor da ferida enquanto cicatriza. Um dia passará, como sempre passa, como tudo passa. E posso incluir nisso esse ciclo e todas as outras coisas.
Que as coisas levem o tempo necessário para se concluir.

E Chernobyl eu posso deixar pra falar em outro dia.
Haha 


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

É bem difícil pensar em começar a escrever quando o fluxo de pensamentos ta muito corrido. Cê sente as coisas, entende as coisas e quando tenta se comunicar, as palavras não vem. Eu queria poder conversar por abraços. Mas são tempos de overflow. Vamo dar tempo ao tempo que aos poucos as palavras de organizam e eu consigo botar pra fora outra vez. O que não tem faltado é inspiração, e quem me dera ser dessas pessoas do ócio criativo, pq quando a minha cabeça tá assim, nada, nadinha sai dela. Não dá pra pintar, desenhar, escrever, falar, cantar, dançar, tudo fica confuso e louco e flutuando no meio das miríades dos olhos do mago hahaha enfim. Outro dia sai.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Double double trouble you, bubble in a witches' brew

Uma vez eu assisti ou li em algum lugar que quando você pensa em um  demônio, imediatamente ele está ao seu lado.
Não tem muitos anos, eu acho que namorava higor quando fui acometida por essa informação e eu fiquei assustada. Não assustada "apavorada", foi uma coisa que me deu um frio na espinha, e eu fiquei com essa parada presa em mim até hoje.
Só que eu não consigo lembrar o que foi que bateu para eu me lembrar disso, mas acho que consigo perceber a evolução dentro de mim no momento que essa memória já tão apagadinha veio e eu imediatamente pensei "minha nossa, mas demônios são carentes" e ri feito uma boba dentro do ônibus.
Acho que eu mesma soltei um demônio de dentro de mim e nem percebi hahaha.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

塵に過ぎない僕は塵に返る

Eu quero muito escrever hoje. Muito. Hoje é um dos dias mais incríveis da minha vida, de uma das semanas mais incríveis da minha vida e eu quero deixar bem claro aqui o quanto eu tô feliz e com o peito tranquilo e coisas boas, mas pra mim é incrivelmente difícil escrever sobre a felicidade. É um sentimento complicado na minha vida, eu não sei se uso sossego como referencia a ele, ou se são a mesma coisa, mas o que eu posso dizer é que meu coração tá sossegado. E que hoje foi um dia bom.


Acho que é possível usar essa musica pra descrever as ondas do inferno colidindo nas paredes de dentro da minha caixa torácica hahaha.
Hoje é realmente um dia muito bom.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Oh man!

'Cause I wrote it ten times or more 
It's about to be writ again 
As I ask you to focus on...

Nas minhas andanças musicais de pré-adolescencia e adolescencia e o fanatismo com Moulin Rouge e todo o caô interno que eu tive na época do filme (que abraçou a trama, a cultura, as músicas, as adaptações, o drama, o figurino, a fotografia, os atores e tudo mais), eu dei de cara com o David Bowie duas vezes. Contando a minha pré adolescencia musicalmente enriquecida de Nirvana a Isabella Taviani hahaha posso contar quatro ou cinco musicas do David Bowie, e estaria mentindo se dissesse que não sei o motivo, porque eu sei. A minha fase musical mais calma veio em meados de 2006 com Depeche Mode e New Order (adolescencia show da menina virada pro canto no meio da sala cheia), e aí eu jpa tinha esquecido da existencia dele. Vez ou outra tinha alguns perdidos na playlist como Under Pressure, The Man Who Sold The World e Ziggy Stardust, mas nunca passou disso. Recentemente que vim a dar de cara outra vez com Life On Mars?, aquela mesma musica que eu ria do video e achava engraçada a levada da musica. Mas daí em American Horror Story. Achei engraçadinho de cara um cover tão bacana com a Jessica Lange maravilhosa cantando e ficou tão legal e... QUE PORRA DE LETRA É ESSA? Eu levei logo um soco bem entre os olhos e outro entre os peitos. Life On Mars? Dirige a minha vida desde que eu me entendo como gente. Essa caricatura da menina vendo os ciclos da vida terminando e recomeçando com o mesmo pano de fundo, as mesmas tramas, ligeiros detalhes de alteração. Esse dilema da mãe prender em casa, o pai ser a válvula de escape. E no meio disso tudo, ela, sozinha, tentando interromper tudo pra que tudo tome um rumo diferente e todos a silenciando hahahha É muito claro que a letra não fala especificamente sobre isso, mas o baque inicial foi esse e eu em choque. Petrificada. E analisando todos os pontos da minha vida. Nesse dia eu tive uma longa e problemática catarse sobre os ciclos que vão e vem, e sobre me libertar de viver a mesma história todas as vezes, como aqueles fantasmas lagados vivendo o momento da morte. Estou caminhando por momentos bons da vida e vamos ver como as coisas vão andar.

Mas o que eu realmente gostaria de dizer é que a vida é mesmo tão bonita e colorida quanto dizem, e eu preciso parar para usar minha visão periférica e olhar para o que tá acontecendo do lado ou desfocar do angulo que eu tô acostumada. 


(perdi o foco e fiquei feliz antes de terminar o texto HAHAHA)



:D


(prefiro continuar feliz e depois eu escrevo o que eu perdi)

sábado, 23 de janeiro de 2016

I was here for a moment, then i was gone.


É. A sorte tem umas horas muito estranhas pra virar.
Pendant deux minutes, ou mieux, pendant dix jours ma paix régnait.
Bienvenue à la maison, l'insécurité, la tristesse, coup de poing dans le poumon.
Peut-être ce week-end est l'étreinte que je devais mettre mes trains sur les rails.
Qui il serait si elle était pas Jayna?





Red Paper Lanterns

Eu acabei de ter um insight muito bobo e importante que eu não quero perder.
Depois de tanto tempo de worlds apart de outras pessoas, eu acho que eu não só quero como eu devo e preciso ficar sozinha. Depois de tanto tempo me doando pra tanta gente a minha estrutura e a minha essencia praticamente de jogaram pela janela e se despediram. Eu não sei como eu vou viver, não sei nem como ainda vivo, com outras pessoas sem me auto-destruir de um jeito que não tenha mais volta.
Sinceramente não quero me tornar uma pessoa instrospectiva, mas olhando por esse lado, eu não sei me desvencilhar de pessoas entrando em mim pra bagunçar e jogar as coisas fora. Eu inda preciso arrumar uma medida pra que isso funcione, mas por enquanto eu acho que é isso. Que o grosso da solução é isso.
Acho engraçado, esse assunto me abordou de um jeito engraçado durante a semana inteira e o que precisava era de um fluxo pra externalização.

Pois então, durante a semana, a minha conversa e o meu papo bobo com todo mundo que me pergunta as coisas ou aborda o assunto em algum momento tem sido sobre eu não fazer mais sexo ou beijar as pessoas por aí. Além do que foi comentado ali em cima sobre gente me bagunçando e jogando a mobilia fora, eu realmente não sinto mais vontade. Pode ser que eu esteja me tornando mais desapegada de algumas coisas e isso pra mim tem sido essencial por enquanto. Hoje conversei mais claramente sobre me contentar em olhar pra pessoas que acho interessantes ou bonitas e pensar em dar um abraço nelas e só, e que isso tem me bastado tranquilamente. Conversamos na quinta em sala de aula sobre o significado real da expressão "amor platônico" e sobre a existencia dele apenas no mundo das idéias, fugindo ao toque, longe do mundo da sensibilidade e esse assunto me apeteceu e alimentou essa constância na minha vida de um jeito prazeroso que eu prefiro que a vida continue assim durante essas bagunças da faculdade.

Η Σελήνη και οι Πλειάδες έδυσαν,
είναι μεσάνυχτα· εποχή, ώρα, νιότη
παρέρχονται κι εγώ κοιμάμαι μόνη.
Aqui faço das palavras de Safo, as minhas próprias.
(Valeu Adalberto!)

Além disso, penso que peco apenas por me abrir, por me expor. Mas que sentido existe em deixar que me busquem por infinidades e estradas tortuosas se posso estar aqui com tudo isso nas mãos? Por qual motivo eu criaria problemas para me acessarem? É um jogo que eu prefiro não jogar. Não há nada que possam me fazer de mal por saberem logo quem sou. Digo que é um trabalho árduo trazer pouca porcentagem do que existe dentro de mim para o plano real, mas é um trabalho que faço sorrindo por não me custar. As pessoas hoje almejam o prazer da busca, o caminho, a estrada, mas eu não sei fazer isso. Não me cai bem isso. Sou uma pessoa fácil se buscarem por minhas minúcias, que é algo que eu não posso colocar na bandeja. Mas sou difícil. Sou acessível e completamente inacessível ao mesmo tempo. Não preciso de arreios por conhecer os limites, não preciso de um líder pois conheço o meu caminho, e não preciso que me instruam de maneira alguma. Eu peço, mas eu sei. O que realmente machuca e me impede é a insegurança, a indecisão, o medo pelo outro, de machucar o outro, de provocar algum sentimento ruim de alguma maneira.

E a grande questão do que me machuca não sei se chega a ser sobrecarga de alguma maneira, mas o que me afeta diretamente é a constante falta de atenção dentro de casa para os meus problemas. Eu tenho poucos problemas atualmente, mas esses poucos são esquecidos no momento em que eu tenho que colocar tudo de lado pra amparar alguem que precisa e as vezes a minha unica necessidade é externar o que eu estou sentindo, pra ver se machuca menos (naquela mesma história de dar força ao demônio, mas no caso é ao contrário, sobre tirar a força dele), pra ver se dando nome aos bois eles se afastam e vão embora, ou se fica mais simples, por que as vezes eu só tenho uma massa gigante de confusão dentro de mim por não conseguir nomear, jogar fora, entender, resolver, e isso prende pra burro! Mas a partir do momento em que eu coloco pra fora e o indivíduo no qual eu escolhi e aceitou receber essa carga, esse peso, deixa de escutar, abstrai ou muda de assunto, o ato se torna meaningless. Tudo volta. Eu volto, inclusive. Inteira pra dentro de mim. Ainda trago mais algo pra dentro, que é essa sensação de incapacidade de me fazer entender, se ser incompreensiva a esse ponto. Na verdade eu creio que o que eu falo não se vale. Se perde. Pouquíssimas vezes eu pude notar que vale.
Por isso me sinto tão... indefesa. Perdida. Insegura.
Frágil.


Life's a gun that's always pointing/Life's a gun that's pointing in my face

Não vou facilitar e ser bonitinha e dizer que tá tudo um amor, não tá, mas eu não gosto de externar as coisas por um medo bobo de que se botar pra fora estarei dando força pro demônio.
Acho que tá tudo caindo aos pedaços aqui na minha frente, e as coisas também estão se reconstruindo e se firmando, o que significa que estou passando por um momento bom e pacífico na minha vida, sem conflitos e murros internos, com a mente clara e pacífica. Só que, eu estou uma bomba de influencias, uma bomba de empatia, uma bomba de alguma coisa que machuca, fere, vem de fora e entra, se instala e deixa a mente fugir enquanto / Não dá. Tá difícil. Não sei o que escrever e nem o que falar. Não existem palavras que descrevam como tá machucando, tudo que ta machucando. Não sei de onde tá vindo, mas parece que tá me arrastando no asfalto quente, na parede de chapisco, martelando pregos no meu cranio. E eu me perdi. Aqui dentro, mas eu me perdi. E tá tudo pacífico, bem e eu me sabotando mais uma vez.
Tomara que passe logo

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